sexta-feira, 31 de outubro de 2008

lágrimas...


Há uns tempos fui a um velório de alguém que morreu repentinemente. À entrada da capela uma familiar amiga abraçou-me longamente perguntando: "Porquê?" Não consegui responder...
Ao apresentar-me como capelão do hospital outra familiar disse: "Estou muito revoltada contra Deus, não sei se posso dizer isso aqui..." Respondi que isso era uma resposta humana e normal pois também Jesus na cruz perguntou: "Porque me abandonas-te?" - num grito de revolta e solidão.
Ainda com outros familiares ouvi e confortei, depois sentei-me, rezei e meditei a vida.
"Deus é injusto!" - alguém dizia à porta. Chamaram-lhe à atenção que estava ali um padre. Retorquiu que era verdade na mesma. Senti-me como advogado do diabo, representando Deus, o Grande Culpado. Senti-me a mais e regressei chorando lágrimas por culparem Alguém que eu amo e considero mais que justo...
Nesse dia, todos chorámos, de tristeza, porque de AMOR...

2 comentários:

Anónimo disse...

É claro que a Justiça de Deus é mais que justa, muitas vezes nós é que não a conseguimos compreender. A nossa natureza física que limita o nosso conhecimento não nos deixa entender as coisas que, à partida, nos parecem negativas e nos causam sofrimento. Mas será que perante Deus e perante nós próprios isso não é justo?
A nossa revolta interior leva-nos a acusar Deus como causador do sofrimento, mas será que esse não é o caminho necessário para estabelecer o equilibrio dimensional? É claro que sim.
Porquê? É legitimo que aqui e agora façamos essa pergunta,mas todas essas questões serão respondidas através do entendimento e do conhecimento, noutro estado da Vida, onde se fará Luz para tudo o que nos causou alguma dor e entenderemos que foi necessário SENTIR,MESMO EM SOFRIMENTO, para alcancarmos a Paz na globalidade da nossa existência, guiados pela mão de Deus.

Anónimo disse...

Lágrimas: Já caíram muitas dos meus olhos, mas aprendi a viver com elas, agora já as esgotei, aceito o que vem,já senti revolta uma vez, mas não me revolto mais para quê, Deus sabe o que faz, nós é que não sabemos o que dizemos, eu hoje penso. Faça-se a vontade de Deus e não a minha.